Introdução
O controle de versão tornou-se uma ferramenta indispensável no desenvolvimento de software moderno. Os sistemas de controle de versão permitem que você mantenha o controle do seu software no nível do código-fonte. Você pode acompanhar as alterações, reverter para os estágios anteriores e fazer a ramificação ou branching do código base para criar versões alternativas de arquivos e diretórios.
Um dos sistemas de controle de versão mais populares é o git
. Muitos projetos mantêm seus arquivos em um repositório Git, e sites como o GitHub e o Bitbucket tornaram o compartilhamento e a contribuição para o código com o Git mais fácil do que nunca.
Neste guia, demonstraremos como instalar o Git em um servidor do CentOS 7. Vamos abordar como instalar o software de duas maneiras diferentes, cada uma com seus próprios benefícios, além de como configurar o Git para que você possa começar a colaborar imediatamente.
Pré-requisitos
Antes de começar com este guia, há algumas etapas que precisam ser concluídas primeiro.
Você precisará de um servidor CentOS 7 instalado e configurado com um usuário não-root que tenha privilégios sudo
. Se você ainda não fez isso, você pode executar os passos de 1 a 4 no guia de Configuração Inicial do Servidor com CentOS 7 para criar essa conta.
Depois de ter seu usuário não-root, você pode usá-lo para fazer SSH em seu servidor CentOS e continuar com a instalação do Git.
Instalar o Git
As duas formas mais comuns de instalar o Git serão descritas nesta seção. Cada opção tem suas próprias vantagens e desvantagens, e a escolha que você fizer dependerá de suas próprias necessidades. Por exemplo, os usuários que desejam manter atualizações para o software Git provavelmente vão querer usar o yum
para instalá-lo, enquanto os usuários que precisam de recursos apresentados por uma versão específica do Git vão querer construir essa versão a partir do código-fonte.
Opção Um — Instalar o Git com Yum
A maneira mais fácil de instalar o Git e tê-lo pronto para usar é utilizar os repositórios padrão do CentOS. Este é o método mais rápido, mas a versão do Git que é instalada dessa forma pode ser mais antiga que a versão mais recente disponível. Se você precisa da versão mais recente, considere compilar o git
a partir do código-fonte (as etapas para este método podem ser encontradas mais abaixo neste tutorial).
Use o yum
, gerenciador de pacotes nativo do CentOS, para procurar e instalar o pacote git
mais recente disponível nos repositórios do CentOS:
sudo yum install git
Se o comando for concluído sem erro, você terá o git
baixado e instalado. Para verificar novamente se ele está funcionando corretamente, tente executar a verificação de versão integrada do Git:
git --version
Se essa verificação produziu um número de versão do Git, você pode agora passar para Configurando o Git, encontrado mais abaixo neste artigo.
Opção Dois — Instalar o Git a Partir do Código-fonte
Se você deseja baixar a versão mais recente do Git disponível, ou simplesmente deseja mais flexibilidade no processo de instalação, o melhor método para você é compilar o software a partir do código-fonte. Isso leva mais tempo, e não será atualizado e mantido através do gerenciador de pacotes yum
, mas permitirá que você baixe uma versão mais recente do que a que está disponível através dos repositórios do CentOS, e lhe dará algum controle sobre as opções que você pode incluir.
Antes de começar, você precisará instalar o software do qual o git
depende. Estas dependências estão todas disponíveis nos repositórios padrão do CentOS, junto com as ferramentas que precisamos para construir um binário a partir do código-fonte:
sudo yum groupinstall "Development Tools"
sudo yum install gettext-devel openssl-devel perl-CPAN perl-devel zlib-devel
Depois de ter instalado as dependências necessárias, você pode ir em frente e procurar a versão do Git que você deseja, visitando a página de releases do projeto no GitHub.
A versão no topo da lista é a versão mais recente. Se ela não tiver um -rc
(abreviação de “Release Candidate”) no nome, isso significa que é uma versão estável e segura para uso. Clique na versão que você deseja baixar para acessar a página de release dessa versão. Em seguida, clique com o botão direito do mouse no botão Source code (tar.gz) e copie o link para a sua área de transferência.
Agora vamos usar o comando wget
em nosso servidor CentOS para baixar o arquivo fonte do link que copiamos, renomeando-o para git.tar.gz
no processo, para que seja mais fácil trabalhar com ele.
Nota: a URL que você copiou pode ser diferente da minha, pois a versão que você baixou pode ser diferente.
wget https://github.com/git/git/archive/v2.1.2.tar.gz -O git.tar.gz
Quando o download estiver concluído, podemos descompactar o arquivo fonte usando o tar
. Vamos precisar de algumas flags extras para garantir que a descompactação seja feita corretamente: z
descompacta o arquivo (já que todos os arquivos .gz são compactados), x
extrai os arquivos e pastas individuais do arquivo, e f
diz ao tar
que estamos declarando um nome de arquivo para trabalhar.
tar -zxf git.tar.gz
Isto irá descompactar o código-fonte compactado para uma pasta com o nome da versão do Git que baixamos (neste exemplo, a versão é 2.1.2, então a pasta é nomeada como git-2.1.2
). Precisamos nos mover para essa pasta para começar a configurar nossa compilação. Em vez de nos preocuparmos com o nome completo da versão na pasta, podemos usar um caractere curinga (*
) para nos poupar de algum problema ao mudar para essa pasta.
cd git-*
Uma vez que estivermos na pasta de fontes, podemos começar o processo de compilação. Isso começa com algumas verificações de pré-compilação para coisas como dependências de software e configurações de hardware. Podemos verificar tudo o que precisamos com o script configure
gerado pelo make configure
. Este script também usará um --prefix
para declarar /usr/local
(a pasta padrão do programa para plataformas Linux) como o destino apropriado para o novo binário, e criará um Makefile
para ser usado no passo seguinte.
make configure
./configure --prefix=/usr/local
Makefiles são arquivos de configuração de script que são processados pelo utilitário make
. Nosso Makefile dirá ao make
como compilar um programa e vinculá-lo à nossa instalação do CentOS, para que possamos executar o programa corretamente. Com um Makefile pronto, agora podemos executar make install
(com privilégios sudo
) para compilar o código-fonte em um programa funcional e instalá-lo em nosso servidor:
sudo make install
O Git deve agora ser compilado e instalado em seu servidor CentOS 7. Para verificar novamente se está funcionando corretamente, tente executar a verificação de versão integrada do Git:
git --version
Se essa verificação produziu um número de versão do Git, então você pode passar para Configurando o Git abaixo.
Configurando o Git
Agora que você tem o git
instalado, você precisará enviar algumas informações sobre si mesmo para que as mensagens de commit sejam geradas com as informações corretas anexadas. Para fazer isso, use o comando git config
para fornecer o nome e o endereço de e-mail que você gostaria de ter registrado em seus commits:
git config --global user.name "Seu Nome"
git config --global user.email "[email protected]"
Para confirmar que essas configurações foram adicionadas com sucesso, podemos ver todos os itens de configuração que foram definidos, digitando:
git config --list
user.name=Seu Nome
user.email=[email protected]
Essa configuração te poupará do trabalho de ver uma mensagem de erro e ter que revisar os commits após submetê-los.
Conclusão
Agora você deve ter o git
instalado e pronto para uso em seu sistema. Para saber mais sobre como usar o Git, confira estes artigos mais detalhados: